O trânsito do futuro na visão de especialistas
O trânsito do futuro na visão de especialistas
Imagine como deve ser o trânsito em 30 anos. Pensar no fim dos acidentes de trânsito parece coisa de outro mundo para você? Para o diretor técnico do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), Paulo Roberto Guimarães, isso é plenamente possível.
Guimarães atribui o otimismo à confiança no avanço da tecnologia. “O fator humano é responsável por mais de 90% dos acidentes e, no futuro, esse risco será totalmente eliminado com a utilização de veículos autônomos, que serão capazes de se deslocar sem a necessidade de serem guiados por pessoas”, explica à Perkons Consultoria, referindo-se a uma tecnologia já existente, mas ainda não massificada.
Até o ano de 2100, mais de 11 bilhões de pessoas devem testemunhar a popularização dos veículos autônomos. Até 2030 já seremos 8,5 bilhões e, até 2050, 9,7 bilhões, segundo projeções da ONU. Guimarães avalia ainda que o transporte coletivo em modelo de integração entre vários modais será uma realidade difundida, com o uso de sistemas inteligentes de captação e demanda. “Os veículos utilizarão combustíveis limpos e renováveis, e integrarão a paisagem urbana de forma harmônica”, acrescenta.
Clima e combustível
No auge das discussões das mudanças climáticas e da influência do trânsito no aquecimento global, cientistas batem o martelo: é verdade que diminuímos cerca de 6 gigatoneladas a emissão anual de gás carbônico, mas a meta é a diminuição de 12 a 14 gigatoneladas por ano. Isso para que o aumento da temperatura média do planeta não ultrapasse 2°C até 2100.
O Ministério dos Transportes avalia a questão na mesma direção. “As tecnologias atuais apontam para projetos baseados em veículos altamente eficientes e com índices de emissão de poluentes quase desprezíveis”.
Para a doutora em Engenharia de Transportes Márcia Valle Real, o Brasil oferece vantagens como o etanol, biodiesel, biogás e eletricidade. “Acredito que teremos a oferta de um mix de combustíveis mais equilibrado no mundo”, opina ela, que é professora da Universidade Federal Fluminense (UFF). Márcia ainda vê espaço para os derivados do petróleo, mas – para diminuir a vulnerabilidade frente à commodity – prevê maior investimento em outras fontes fósseis, como o gás natural.
Fonte: Radar Nacional
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