Para ONG, apesar da queda no número de mortes de crianças no trânsito, ainda há muito que se fazer
Para ONG, apesar da queda no número de mortes de crianças no trânsito, ainda há muito que se fazer
Entre 2011 e 2013, houve aumento significativo nos óbitos infantis em motos e como ocupantes de veículos
Em 11 de maio, comemorou-se seis anos do lançamento pela ONU (Organização das Nações Unidas) da Década de Ações para a Segurança no Trânsito (2011 – 2020), período no qual governos de todo o mundo se comprometeram a tomar medidas para prevenir os acidentes no trânsito, considerados uma epidemia global e que todos os anos matam cerca de 1,3 milhão de pessoas e ferem outras 20 a 50 milhões. Além disso, neste mês também se celebra o Maio Amarelo, um movimento criado no Brasil com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para o tema segurança no trânsito.
As crianças são um dos grupos mais vulneráveis a esse tipo de acidente. Seus corpos são mais frágeis e ainda estão em desenvolvimento. Devido a sua pequena estatura, elas não enxergam por cima de carros estacionados e também ficam escondidas do campo de visão dos motoristas. Seu campo de visão é mais estreito que o dos adultos e, por isso, muitas vezes elas não veem um carro se aproximando. Não avaliam corretamente a distância, a velocidade e o tempo que um veículo está em relação a elas. São muito distraídas e ainda não sabem reconhecer o perigo.
No Brasil, o trânsito é hoje a principal causa de mortes acidentais de crianças de zero a 14 anos. De acordo com dados do Ministério da Saúde, de 2011 a 2013 o número de crianças dessa faixa etária que morreram vítimas de acidentes de trânsito caiu 2,12%, passando de 1.793 óbitos para 1.755. Nesse período, as maiores reduções foram notadas nos índices de mortes infantis de pedestres, que caiu 22,54%, e em bicicleta, que teve redução de 13,08%.
Por outro lado, alguns tipos de acidentes de trânsito apresentaram aumentos significativos nessa faixa etária entre 2011 e 2013. Por exemplo, o número de óbitos de crianças em motos subiu 12,14%. Para a coordenadora nacional da Criança Segura, Gabriela Guida de Freitas, isso se deve à falta de leis mais rígidas sobre o transporte de crianças nesses veículos. “Atualmente, a lei permite que crianças a partir dos sete anos de idade sejam passageiras de motos. Porém, a Criança Segura acredita que nessa situação elas estão muito expostas a riscos, por estarem em desenvolvimento, terem estrutura mais frágil, estatura menor e não conseguirem reconhecer os perigos ou ter reflexos e a agilidade do adulto. Defendemos a aprovação de um projeto de lei que tramita no Congresso e pretende aumentar para 11 anos a idade mínima para o transporte de crianças em motocicletas”, explica Gabriela.
Outra modalidade de acidente que cresceu entre 2011 e 2013 foi o de crianças na condição de ocupantes de veículos, que apresentou aumento de 7,86% no período. “Em 2010 entrou em vigor no país a Lei da Cadeirinha, que obriga que as crianças menores de sete anos e meio usem os dispositivos de retenção veicular adequados a seu peso e idade para que sejam transportadas em automóveis. Entretanto, o aumento do número de mortes de crianças ocupantes de veículos demonstra que ainda há resistência ao uso desses dispositivos, que são o meio mais eficaz para garantir a segurança das crianças dentro de um carro. Além disso, notamos um aumento da frota de veículos no país relacionados a redução de impostos para sua aquisição”, comenta a coordenadora nacional da Criança Segura.
Para a Criança Segura, é necessário que haja a conscientização de toda a sociedade sobre a importância de prevenir acidentes, principalmente com crianças, e que o governo do país aprimore e implante as medidas necessárias para evitar que mais meninos e meninas morram vítimas de acidentes no trânsito.
Com informações da Assessoria de Imprensa
Fonte: Portal do Trânsito
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