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Indústria ferroviária prevê queda na produção

Indústria ferroviária prevê queda na produção

Desaceleração em projetos de infraestrutura de transporte sobre trilhos gera incertezas para o setor; produção deve cair em 2017 e 2018. 

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A indústria ferroviária brasileira projeta queda na produção para o ano de 2017, em comparação com 2016. A desaceleração dos investimentos em projetos de expansão da malha de transporte sobre trilhos decorrente da crise econômica, impactou nas encomendas por novos produtos às empresas desse segmento. Para este ano, a Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária) estima que ficarão prontos 278 carros de passageiros, ante 473 de 2016, e 2.300 vagões, contra 3.903 do ano passado, o que significa uma redução aproximada de 40%.
E, por hora, não há indicativos de que a situação será melhor a partir de 2018 – apesar das expectativas de recuperação da economia. O presidente da entidade, Vicente Abate, explica que, no caso dos carros de passageiros, o prazo entre a encomenda e a entrega é de cerca de dois anos. “Para que pudéssemos ter um volume maior a partir do ano que vem, precisávamos de contratos a partir de 2016. Mas absolutamente nenhum foi assinado por cliente que estivesse encomendando algum item”, explica.Para não paralisar totalmente a produção de carros de passageiros a partir de 2018, as empresas estão renegociando com os clientes os prazos de entrega de itens já contratados.

O cenário de incertezas se forma logo após a indústria ter recorde de produção. No ano passado, foram fabricados 473 carros de passageiros, contra 322 de 2015, o melhor desempenho já registrado.

Segundo Vicente Abate, a esperança do setor é que projetos de mobilidade relacionados ao transporte sobre trilhos que já estão contratados ou em execução avancem (são 245 quilômetros previstos para os próximos cinco anos) e que outros saiam do papel (há 25 projetos com potencial para contratação e início de obras até 2022, com 1.266 quilômetros de extensão, no total). Isso poderia melhorar os resultados no segmento.

Contudo, os sinais não são favoráveis: “a visão de hoje é menos otimista, porque não tem acontecido. O poder público está sem capacidade de investimento e novas contratações de encomendas de carros devem ficar paralisadas. E aí começa a prejudicar e haver movimento de perda de mão de obra”, complementa. O setor emprega diretamente quase 18 mil pessoas. De acordo com a Abifer, desde 2014, de dois mil a três mil postos foram cortados. Parte das demissões decorreu da crise e parte em razão de reestruturações internas de empresas que conseguiram melhorar a produtividade.

Atualmente, o Brasil dispõe de 1.034,4 quilômetros de malha para o transporte de passageiros sobre trilhos. Mas, para solucionar gargalos na mobilidade em grandes cidades, estima-se que é preciso aumentar a disponibilidade desses sistemas em cerca de 85% (850 quilômetros), conforme o estudo Transporte e Desenvolvimento: Transporte Metroferroviário de Passageiros, da CNT (Confederação Nacional do Transporte).

Para o transporte ferroviário de cargas, o segmento espera que se concretize a renovação antecipada de concessões, já anunciada pelo governo federal. Conforme a Abifer, se isso ocorrer ainda no primeiro semestre, a produção de vagões poderá alcançar três mil unidades neste ano. Do contrário, será mantida a previsão de cerca de 2.300, mesmo nível de 2013. No ano passado, foram entregues 3.903 unidades. Em 2015, foram 4.683.

A produção de locomotivas deve ficar estável, com 100 unidades em 2017.

Fonte: CNT

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