Crise política aumenta pessimismo de setor automotivo
Crise política aumenta pessimismo de setor automotivo
O impasse em torno do impeachment da presidente Dilma Rousseff aumenta o clima de pessimismo nas concessionárias e revendas de veículos do país. Nesta terça-feira, 3, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) revisou mais uma vez para baixo as previsões de faturamento para este ano. A expectativa é agora é de queda de 15% nos emplacamentos em todos os segmentos – em janeiro, a Federação aguardava recuo de 5,2%.
O maior impacto é esperado entre caminhões, com 23% licenciamentos a menos em comparação com 2015. As vendas de ônibus devem recuar 21%; de automóveis e comerciais leves, 20% e de implementos rodoviários, 8,5%. A demanda menor por motocicletas deve registrar queda acumulada de 5% até dezembro.
Com a redução drástica das vendas, muitas concessionárias fecharam as portas. O total de estabelecimentos que encerraram as atividades neste ano chega a 404, com um total de 6.299 lojas em funcionamento. As demissõesatingiram 16 mil trabalhadores entre janeiro e abril. Desde 2015, ano em que a procura por veículos começou a frear, as lojas fechadas já chegam a 1 mil. Cerca de 48 mil funcionários foram desligados.
Desempenho:
Os emplacamentos de automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas e implementos rodoviários sofreram queda de 9,3% no mês de abril considerando o desempenho de março. Foram 266.526 unidades emplacadas contra 293.913, na base de comparação. Já quando confrontado com o mesmo mês do ano passado, osetor automotivo apresenta retração de 21,34%. No acumulado do ano, todos os setores somados recuaram as vendas em 22,52%, com 1.064.521 licenciamentos, contra 1.373.864, em igual período de 2015.
Automóveis e comerciais leves tiveram queda de 9,06% em abril na comparação com março – foram 157.579 contra 173.270 unidades, respectivamente. Em relação a abril de 2015 – 211.614 unidades – as vendas diminuíram 27,62%. Foram emplacadas 622.620 unidades no quadrimestre, contra 860.255 no período acumulado de 2015.
Para Alarico Assumpção Júnior, presidente da Federação, há forte influência do cenário político no desempenho fraco do setor. “A falta de uma visão clara de um futuro político e econômico faz com que os consumidoresestejam mais contidos na realização de compra de bens e de investimentos, assim como os bancos estão mais cautelosos na oferta de crédito. Também as recentes notícias do aumento das taxas de juros sobre saldos devedores, somadas ao alto índice de desemprego, retardam o desejo de consumo da população. Esses e outros fatores resultaram na retração acumulada no primeiro quadrimestre deste ano”, argumenta.
Assumpção Júnior ressalta, ainda, que o menor número de dias úteis em abril também impactou o desempenho das vendas. “Em abril, tivemos três dias úteis a menos que o mês anterior, o que justifica a queda mais acentuada nos emplacamentos, pois, se considerados os dias úteis, as vendas diárias registraram uma pequena melhora, em torno de 5%, o que significam 668 unidades/dia emplacadas a mais que no mês de março”, analisa o presidente.
Fonte: Radar Nacional
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