O que 2017 disse sobre o futuro do carro
O que 2017 disse sobre o futuro do carro
Montadoras com metas ambiciosas para carros elétricos, avanços da tecnologia autônoma e a promessa dos ‘carros voadores’ estão na retrospectiva do ano.
O carro do futuro vai ser elétrico? Quando os veículo autônomos chegarão às lojas? E o ‘carro voador’ é mais do que um sonho?
Estas perguntas ainda não foram totalmente respondidas, mas o ano que termina deu muitas pistas sobre o que vem por aí.
O G1 separou alguns dos temas que apontam o que 2017 disse sobre o futuro do carro.
O motor a combustão, com gasolina ou diesel, está com os dias contados... pelo menos em alguns países que anunciaram uma data para proibir a circulação de veículos movidos assim:
- Depois de vários dias em alerta vermelho por causa da intensa poluição, a China terá uma cota de carros “verdes” já em 2018. O país também pretende ampliar o uso do etanol, menos poluente;
- França e Reino Unido anunciaram que vão barrar a venda veículos movidos apenas a combustão até 2040.
A palavra “eletrificação” foi muito usada neste ano. As montadoras se deram prazos para terem versões elétricas ou híbridas de todos os modelos que vendem.
- A Volvo foi pioneira em anunciar que só terá elétricos ou híbridos a partir de 2019.
- Em seguida, Jaguar Land Rover fez promessa semelhante para 2020, e a Mercedes-Benz, para 2022; sem ousar tanto, a BMW disse que terá 25 modelos “eletrificados” até 2025;
- Fabricante do híbrido mais vendido no mundo, o Prius, a Toyota afirmou que planeja mais de 10 opções de carros elétricos até 2020;
- Depois do “dieselgate”, o Grupo Volkswagen quer “limpar” sua imagem com uma versão elétrica ou híbrida de todos os carros até 2030, o que inclui a sucessora da Kombi, a I.D. Buzz.
- Até uma empresa de aspiradores quer fazer carro elétrico.
- Nem os carros esportivos escaparão. Em 2017, vimos um híbrido com 1.000 cv e um elétrico que promete fazer 0 a 100 km/h em 2s…
- Mas aí Tesla anunciou que o próximo Roadster terá 0-100 km/h em 1,9 s.
E no Brasil? A força do etanol e a falta de incentivos podem deixar o país fora dessa primeira “onda” elétrica:
- O novo regime automotivo, Rota 2030, que ainda não foi divulgado, mas deverá vigorar a partir do ano que vem, também tratará da questão;
- Alguns poucos planos foram anunciados para o país. A Nissan confirmou que vai trazer para o mercado brasileiro o Leaf, elétrico mais emplacado no mundo, mas não revelou a data;
- A Volkswagen confirmou que, em 2018, venderá no Brasil a versão elétrica do Golf.
- Antes dos elétricos, os híbridos deverão ganhar mais espaço por aqui, depois que aceitarem etanol. A Toyota confirmou que já estuda o híbrido a etanol no país.
Não foi em 2017 que o carro que anda sozinho chegou às lojas, mas isso está perto de acontecer. Mais países liberaram testes, até mesmo sem uma pessoa atrás do volante.
- As empresas que testam autônomos revelaram alguns problemas enfrentados por elas. Mas dizem que a culpa não foi do “carro-robô”, como no caso do Uber que tombou e do ônibus que bateu no 1º dia de operação.
- E o guaxinim que cruzou o caminho do Chevrolet Cruze autônomo foi uma das imagens mais curiosas de testes divulgadas no ano.
- Em 2017 também conhecemos o “robocop” da vida real, que é um carro autônomo com reconhecimento facial que fará patrulhas para a polícia de Dubai.
E no Brasil? Embora veículos autônomos adaptados sejam testados em universidades, nenhuma grande montadora nem empresa de tecnologia faz experiências por aqui.
- Segundo um engenheiro do Uber, o brasileiro precisa antes obedecer as leis de trânsito. Por enquanto, alguns sistemas semiautônomos podem ser vistos só em carros de luxo.
- No fim de 2017, o Contran divulgou a intenção de regulamentar os carros autônomos no país em até 4 anos.
- Mas o Brasil ainda tem maus resultados na segurança de veículos bem menos tecnológicos. Dois dos carros mais vendidos no país, o Chevrolet Onix e o Ford Ka zeraram no teste de colisão do Latin NCap. De 9 testados que são fabricados e comercializados no Brasil, apenas 3 tiveram nota máxima.
O sonho ainda está distante, mas diversas iniciativas trouxeram o tema para o radar novamente.
- Quem quiser acelerar na frente pelo ar, já pode reservar um modelo holandês com preço a partir de R$ 1,2 milhão, mas só vai receber em 2018.
- Uma empresa da Eslováquia também aceita reservas, com entrega para 2020.
- O carro que voa também aterrissou no Salão de Genebra, na forma de um conceito mostrado pela fabricante de aviões Airbus.
- Com trânsito no chão, o Uber quer lançar corridas pelos ares e terá ajuda da Embraer para chegar lá.
- Entre as grandes, uma das poucas que apoia a ideia é a Toyota, que prometeu acender a tocha dos Jogos de Tóquio, em 2020, com o “SkyDrive”.
E no Brasil? Ainda nada sobre carros voadores… que bem serviriam a várias cidades, como as que apareceram no ranking das mais congestionadas do mundo, né?
O desenvolvimento de tecnologias está colocando rivais do mesmo lado e mexendo com a função essecial das montadoras. Nos próximos anos, elas poderão fazer mais do que somente fabricar carros. E talvez enfrentem concorrência até neste negócio tradicional.
- A Mercedes-Benz anunciou parceria com o Uber, que intensificou o elo com a Volvo;
- O Lyft, rival do Uber, fechou parcerias em 2017 com a Waymo, que pertence à dona do Google, e a Ford; a General Motors é uma das investidoras do serviço desde 2016;
- E a própria GM tem um serviço dela de compartilhamento de carros, chamado Maven;
- Fiat Chrysler e BMW se juntaram com a Intel, aquela dos processadores;
- Este também foi o ano em que a Apple deu as primeiras pistas sobre o projeto que se tornou o foco da empresa;
- E a Samsung deu seus primeiros passos neste segmento..
E no Brasil? A GM anunciou que lançará o programa de compartilhamento de carros Maven no país no ano que vem. Este tipo de serviço só cresce no Brasil: o número de usuários mais que dobrou em 2017, mas ainda não passava de 100 mil em julho.
Fonte: G1