Protesto de motoristas de van escolar dura dez horas
Protesto de motoristas de van escolar dura dez horas
Categoria é contrária à mudança de regras no modelo de contratação do serviço
O protesto dos motoristas de vans escolares que trabalham para a prefeitura de São Paulo já dura mais de dez horas. Eles são contrários à mudança de regras no modelo de contratação do serviço imposta pela administração municipal. Pela manhã, motoristas de cerca de 500 vans percorreram a cidade, do Pacaembu até a prefeitura, no centro, onde continuam concentrados.
Os motoristas bloquearam os dois sentidos do Túnel Anhangabaú, próximo ao Terminal Bandeira, por meia hora. Depois de negociarem com a Polícia Militar os manifestantes desocuparam o local.
O diretor da União Geral do Transporte Escolar (UGTESP), Edmilson Andrade, informou que os motoristas estudam a possibilidade de desocupar a frente da Prefeitura por causa do Movimento Passe Livre, que deve iniciar um ato no local. “Estou negociando com a categoria a possibilidade de mudarmos de lugar, de modo a não misturar as manifestações”.
Segundo Edmilson, havia uma promessa de o prefeito Fernando Haddad receber uma comissão de motoristas. Entretanto, eles foram recebidos por um representante, que informou que a resposta às reivindicações será dada na sexta-feira, após uma reunião técnica entre as secretarias municipais da Educação e do Transporte.
“Já sabemos a resposta de amanhã. Mesmo que ele reveja algum item, o principal já deixou claro que não vai rever. Se isso não tiver uma solução, a categoria deve decidir continuar com o protesto”.
“Não estamos aqui apenas defendendo a categoria, porque isso vai afetar principalmente as crianças de baixa renda, porque elas vão ficar sem transporte e nós vamos ficar sem trabalho. Esse protesto de hoje é um último recurso, um ato de desespero de pais e mães de família que vão ficar desempregados”, declarou o presidente da Associação do Transporte Escolar, Anderson Malafaia.
Líder da Associação Regional de Transporte Escolar de São Paulo, Jorge Formiga disse que o novo modelo implicaria perda no valor recebido pelos motoristas, o que tornaria a prestação do serviço inviável.
Atualmente, quem presta serviço de transporte crianças à prefeitura recebe entre R$ 3 mil e R$ 5 mil pelo aluguel da van, dependendo do estado do veículo, R$ 0,30 por quilômetro rodado, além de R$ 40 por criança transportada. No total, os motoristas ganham, em média, R$ 7,5 mil mensais, e são responsáveis por arcar com os custos de combustível e manutenção da van.
A nova proposta é oferecer um valor fixo apenas por criança transportada, em torno de R$ 150, o que baixaria para cerca de R$ 4 mil o valor recebido mensalmente pelos motoristas. “E eles não garantem a demanda. Se tiver carro com capacidade para 18 crianças, passam só dez e o resto tem que correr atrás de [transporte] particular”, criticou Jorge Formiga, para quem esse modelo de contratação vai criar concorrência com motoristas particulares.
“Não tem condição de trabalhar assim, vão pôr a gente para brigar com os condutores particulares. Estamos nessa carreata também com os condutores particulares participando. Todo mundo junto contra esse modelo de contratação que eles estão propondo”, acrescentou.
A reportagem entrou em contato com a prefeitura, que ainda não se pronunciou.
Fonte: Band – Noticias
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